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09 dezembro 2009

Ser diferente.


"... Ah, o diferente, esse ser especial!
Diferente não é quem pretenda ser. Esse é um imitador do que ainda não foi imitado, nunca um ser diferente.
Diferente é quem foi dotado de alguns mais e de alguns menos em hora, momento e lugar errados para os outros. Que riem de inveja de não serem assim. E de medo de não agüentar, caso um dia venham, a ser. O diferente é um ser sempre mais próximo da perfeição.
O diferente nunca é um chato. Mas é sempre confundido por pessoas menos sensíveis e avisadas. Supondo encontrar um chato onde está um diferente, talentos são rechaçados; vitórias, adiadas; esperanças, mortas. Um diferente medroso, este sim, acaba transformando-se num chato. Chato é um diferente que não vingou.
Os diferentes muito inteligentes percebem porque os outros não os entendem. Os diferentes raivosos acabam tendo razão sozinhos, contra o mundo inteiro. Diferente que se preza entende o porque de quem o agride. Se o diferente se mediocrizar, mergulhará no complexo de inferioridade.
O diferente paga sempre o preço de estar - mesmo sem querer - alterando algo, ameaçando rebanhos, carneiros e pastores. O diferente suporta e digere a ira do irremediavelmente igual: a inveja do comum; o ódio do mediano. O verdadeiro diferente sabe que nunca tem razão, mas que está sempre certo.

O diferente começa a sofrer cedo, já no primário, onde os demais de mãos dadas, e até mesmo alguns adultos por omissão, se unem para transformar o que é peculiaridade e potencial em aleijão e caricatura. O que é percepção aguçada em :"Puxa, fulano, como você é complicado".

O que é o embrião de um estilo próprio em: "Você não está vendo como todo mundo faz?"
O diferente carrega desde cedo apelidos e marcações os quais acaba incorporando. Só os diferentes mais fortes do que o mundo se transformaram (e se transformam) nos seus grandes modificadores.

Diferente é o que vê mais longe do que o consenso. O que sente antes mesmo dos demais começarem a perceber. Diferente é o que se emociona enquanto todos em torno agridem e gargalham. É o que engorda mais um pouco; chora onde outros xingam; estuda onde outros burram. Quer onde outros cansam. Espera de onde já não vem. Sonha entre realistas. Concretiza entre sonhadores. Fala de leite em reunião de bêbados. Cria onde o hábito rotiniza. Sofre onde os outros ganham.
Diferente é o que fica doendo onde a alegria impera. Aceita empregos que ninguém supõe. Perde horas em coisas que só ele sabe importantes. Engorda onde não deve. Diz sempre na hora de calar. Cala nas horas erradas. Não desiste de lutar pela harmonia. Fala de amor no meio da guerra. Deixa o adversário fazer o gol, porque gosta mais de jogar do que de ganhar. Ele aprendeu a superar riso, deboche, escárnio, e consciência dolorosa de que a média é má porque é igual.

Os diferentes aí estão: enfermos, paralíticos, machucados, engordados, magros demais, inteligentes em excesso, bons demais para aquele cargo, excepcionais, narigudos, barrigudos, joelhudos, de pé grande, de roupas erradas, cheios de espinhas, de mumunha, de malícia ou de baba. Aí estão, doendo e doendo, mas procurando ser, conseguindo ser, sendo muito mais.

A alma dos diferentes é feita de uma luz além. Sua estrela tem moradas deslumbrantes que eles guardam para os pouco capazes de os sentir e entender. Nessas moradas estão tesouros da ternura humana. De que só os diferentes são capazes.

Não mexa com o amor de um diferente. A menos que você seja suficientemente forte para suportá-lo depois."

Autor: Artur da Távola (Paulo Alberto Monteiro de Barros)

18 novembro 2009

Palavras da Alma



O que digo vem do interior de minh'alma que arde pela paz que me inquieta e me tranquiliza.

Mesmo no silêncio posso ouvir, nas minhas marteladas interiores, o grito ensurdecer de uma voz muda... um som inaudível.

Oh Paz inquietante, que não me permite estar imóvel, ainda que não deseje. Toma-me para que eu não haja por minha vontade, me guiando prudentemente.

Pudera eu estar sempre Contigo, ainda que eu não mereça.

Quisera eu ser dono de mim para entregar-Lhe completamente meus sonhos e sentimentos.

Sou fraco e insolente a ponto de recusar-Lhe em momentos que meus limites me cercam.

Arde em mim a desejo de Lhe encontrar e em igual modo quero esconder, posto que não sou digno de Lhe volver os olhos, tamanha minha insignificante maldade diante de Vossa alva misericórdia dignificadora.

Sou ingrato, louco e apaixonado contudo.

...Dependente deste Sol que aquece e queima, Brilho Incessante que diante da ingratidão não cessa de emanar seus raios de amor, mostrando, como já sabia, que Vós sois O Inagualável.

Jamais o compreenderei... o que me motiva a amá-Lo, a cada gota de minha ignorância humana.



Por Jonatan Rocha do Nascimento

11 novembro 2009

Estamos em construção..

REFLITA.



O futuro é tão incerto quanto nosso presente. Uma coisa é certa; perdemos muito tempo nos condenando por causa dos nossos erros... Um erro trás muitas consequências muitas feridas e marcas. O que fazer diante de tudo isso? Viver. Viver como se fosse o último dia. Não há outro jeito, estamos em construção e mais cedo ou mais tarde cairemos pelos buracos da vida. Não podemos parar,é preciso seguir e ver que toda queda é escada e não o fim, nossas quedas são respostas para nosso orgulho, nosso egoísmo e de nosso desejo incansável de perfeição.

27 outubro 2009

Um tal de tempo



Dizem por aí que o tempo não volta, mas o que entendemos do tempo? Quase nada. Nós não o calculamos, não medimos, muito menos o controlamos. Esse tempo vem e volta quando quer, eu e você sabemos muito bem, não é verdade? Quantas vezes aquele seu grande amor te magoou e seu relacionamento terminou, mas depois de algum tempo aquilo que não tinha volta estava com você novamente? O tempo cura a dor, muda o destino, muda os sentimentos os pensamentos e a vida. Só existe um tempo que não volta; a morte. Todos os outros tempos são feitos para nos mostrar que viver é ser como as águias, elas podem até cair, mas seu alvo sempre será o alto. O tempo não para!


A vida está numa constante mudança, o hoje eu vivo amanha só a Deus pertence, minhas escolhas podem ser certas ou erradas, mas meu orgulho continua o mesmo. O tempo não é meu o tempo é de Deus.

Autor: Alberis Luís

11 setembro 2009

O medo e "eu".

O medo é uma montanha, e nós somos um pássaro com medo de voar. Você sabe que tem asas e pode atravessar a montanha, mas tem medo da altura. Precisamos ser como águias, devemos voar cada vez mais alto, não sejamos como galinhas  que se contentam com os grãos que lhe jogam para ciscar. Quando estamos aprisionados ao medo, agimos como galinhas, nos contentamos com o que nos oferecem. É isso que você quer ser? Não deixe que o medo te escravize você é maior que ele, o medo só existe quando baixamos nossa cabeça como fracassados, mas quando nos erguemos o medo é posto como nada. Nós somos águias, não temos que agir como galinhas. 


 Pense  e aja!

02 setembro 2009

Os Nossos Erros e o Nosso Destino

Apercebo-me dos meus erros, mas não os corrijo. Isso só confirma que podemos ver o nosso destino, mas somos incapazes de o mudar. Apercebermo-nos dos erros é reconhecer o destino, e a nossa incapacidade para os corrigirmos é a força do destino. Apercebermo-nos dos erros é um castigo pesado. Seria muito mais fácil considerarmo-nos bons e culparmos os outros todos, encontrando consolação na ilusão da vitória sobre o destino. Mas mesmo essa felicidade não me é dada.
Alexander Puschkine, in 'Diário Secreto'

24 agosto 2009

A Memória é Como o Ventre da Alma



Encerro também na memória os afectos da minha alma, não da maneira como os sente a própria alma, quando os experimenta, mas de outra muito diferente, segundo o exige a força da memória.
Não é isto para admirar, tratando-se do corpo: porque o espírito é uma coisa e o corpo é outra. Por isso, se recordo, cheio de gozo, as dores passadas do corpo, não é de admirar. Aqui, porém, o espírito é a memória. Efectivamente, quando confiamos a alguém qualquer negócio, para que se lhe grave na memóra, dizemos-lhe: «vê lá, grava-o bem no teu espírito». E quando nos esquecemos, exclamamos: «não o conservei no espírito», ou então: «escapou-se-me do espírito»; portanto, chamamos espírito à própria memória.
Sendo assim, porque será que, ao evocar com alegria as minhas tristezas passadas, a alma contém a alegria e a memória a tristeza, de modo que a minha alma se regozija com a alegria que em si tem e a memória se não entristece com a tristeza que em si possui? Será porque não faz parte da alma? Quem se atreverá a afirmá-lo?
Não há dúvida que a memória é como o ventre da alma. A alegria, porém, e a tristeza são o seu alimento, doce ou amargo. Quando tais emoções se confiam à memória, podem ali encerrar-se depois de terem passado, por assim dizer, para esse estômago; mas não podem ter sabor. É ridículo considerar estas coisas como semelhantes. Contudo, também não são inteiramente dissemelhantes.
Reparai que me apoio na memória, quando afirmo que são quatro as perturbações da alma: o desejo, a alegria, o medo e a tristeza. Qualquer que seja o raciocínio que possa fazer, dividindo cada uma delas pelas espécies dos seus géneros e definindo-as, aí encontro que dizer e declaro-o depois. Mas não me altero com nenhuma daquelas perturbações, quando as relembro com a memória. Ainda antes de eu as recordar e revolver, já lá estavam. Por isso consegui, mediante a lembrança, arrancá-las dali.
Assim como a comida, graças à digestão, sai do estômago, assim também elas saem do fundo da memória, devido à lembrança. Então, porque é que o que discute, ou aquele que delas se vai recordando, não sente, na boca do pensamento, a doçura da alegria, nem a amargura da tristeza? Porventura nisto é dissemelhante o que não é semelhante em todos os seus aspectos?
Quem em nós falaria voluntariamente da tristeza e do temor, se fôssemos obrigados a entristecer-nos e a temer, sempre que falamos de tristeza ou temor? Contudo, não os traríamos à conversa se não encontrássemos na nossa memória, não só os sons destas palavras, conforme às imagens gravadas em nós pelos sentimentos corporais, mas também a noção desses mesmos sentimentos. As noções não as alcançamos por nenhuma porta da carne, mas foi o espírito que, pela experiência das próprias emoções, as sentiu e confiou à memória; ou então foi a própria memória que as reteve sem que ninguém lhas entregasse.

Santo Agostinho, in 'Confissões'

15 agosto 2009

Medo

 
Eu não tenho idéia porque a gente fica adiando as coisas, mas se eu tivesse que chutar, diria que tem muito a ver com o medo. Medo do fracasso. Medo da dor. Medo da rejeição. Seja lá do que a gente tenha medo, uma coisa é sempre verdade: com o tempo, a dor de não ter tomado uma atitude fica pior do que o medo de agir.

14 agosto 2009

Saudades dos meus anos incríveis.



Quem não nunca sentiu saudades da infância, das brincadeiras de criança dos amigos que deixamos pra trás. Oh ! Que saudades que tenho Da aurora da minha vida, Da minha infância querida Que os anos não trazem mais! Casimiro de Abreu descreveu em seus versos o meu verso não feito. Kevin Arnald em (anos incríveis) fez-me lembrar de tudo que vivi quando criança, assim ele diz: “Quando somos crianças, somos um pouco de cada coisa. Artista, cientista, atleta, erudito. Às vezes parece que crescer é desistir destas coisas, uma a uma. Todos nos arrependemos por coisas das quais desistimos. Algo de que sentimos falta. De que desistimos por sermos muito preguiçosos, ou por não conseguirmos nos sobressair, ou por termos medo”. Eu fui um pouco de cada coisa, quis ser professor, cantor, engenheiro… Aos poucos todos os esses desejos foram desaparecendo, fui crescendo e desistindo de alguns sonhos do passado, crescer não era meu desejo. Kevin sabiamente disse: “Crescer acontece muito depressa. Um dia, você está de fraldas e no outro já está indo embora. Mas as lembranças da infância permanecem com você durante muito tempo. Lembro-me de um lugar… uma cidade… uma casa… Como todas as outras casas… Um jardim, como todos os outros…. numa rua, como todas as outras. E… depois de todos esses anos, eu continuo a me lembrar… com admiração. Oh ! Que saudades que tenho Da aurora da minha vida….

“As vezes as crianças são homens, mas, as vezes os homens são crianças, talvez seja essa a confusão! Tudo que eu sei, é que o mundo ficou muito grande de repente e eu, me senti muito pequeno”

11 agosto 2009

É Fundamental Cultivar Interesses Exteriores


Uma das causas da infelicidade, da fadiga e da tensão nervosa é a incapacidade para tomar interesse por tudo o que não tenha uma importância prática na vida. Daí resulta que o consciente está sempre ocupado com um número restrito de problemas, cada um dos quais comporta certamente algumas inquietações e cuidados. A não ser no sono, o consciente nunca repousa para o subconsciente amadurecer gradualmente os problemas inquietantes. Sobrevem assim a excitabilidade, a falta de prudência, a irritabilidade e a perda do sentido das proporções. Tudo isto tanto são causas como efeitos da fadiga. À medida que aumenta a fadiga no homem, diminuem os seus interesses exteriores, e à medida que estes diminuem perde o descanso que eles lhe proporcionavam e fatiga-se ainda mais.

Este círculo vicioso não pode deixar de conduzir a uma depressão nervosa. O que é repousante nos interesses exteriores é o facto de não exigirem qualquer acção. Tomar decisões e exercer a sua vontade é bastante fatigante, especialmente quando é necessário fazê-lo apressadamente e sem o auxílio do subconsciente. Têm razão os que pensam que «a noite é boa conselheira» e que devem dormir primeiro antes de tomar alguma decisão importante, mas não é somente no sono que o processo mental do subconsciente pode realizar-se.
Pode igualmente realizar-se quando o consciente está ocupado em qualquer outra coisa. O homem que consegue esquecer o seu trabalho quando este finda e não pensa mais nele até o dia seguinte, fá-lo-á provávelmente muito melhor do que um outro que se atormente a pensar nele em todo o tempo de descanso. E se tiver outros interesses além do seu trabalho, ser-lhe-á muito mais fácil esquecê-lo quando é preciso. É essencial, no entanto, que esses interesses não ocupem as faculdades já exaustas por um dia de labor. Não devem exigir esforços de vontade nem prontas decisões; não devem também, como o jogo, compreender um elemento financeiro, e duma maneira geral não devem ser excitantes ao ponto de produzirem uma fadiga emocional e absorverem ao mesmo tempo o subconsciente e o consciente.
Bertrand Russell, in "A Conquista da Felicidade"